Diversão e Arte

Professora de Brasília tem projeto que permite a transcrição de partituras

Irlam Rocha Lima
postado em 27/05/2012 10:00

Há 30 anos, a brasiliense Dolores Tomé dedica-se a capacitar professores de educação musical das escolas de ensino fundamental e médio para trabalharem com cegos, disponibilizando um programa que ajuda na transcrição de partituras para o braille. ;O objetivo é melhorar e ampliar as oportunidades dos cegos no mercado de trabalho, a partir da atividade de ensino da música. O projeto tem também a preocupação com a inclusão social;, afirma a flautista, licenciada em educação musical pela Universidade de Brasília (UnB) e mestre em ciência em musicografia braille, pela Universidade Internacional de Lisboa.

Dolores teve a vocação para o magistério estimulada pelo pai, João Tomé, músico e professor cego, de reconhecida habilidade, morto em 1971, e que deixou como legado algo em torno de 800 composições, entre choros, sambas, valsas e polcas. A musicista, considerada uma das maiores especialistas no Brasil da musicografia braille e da educação musical para cegos, não vê como missão o seu ofício, e explica por quê: ;Não vejo o cego com o sentimento de pena. Não o trato de forma diferenciada, em relação a outras pessoas com visão normal. O que falta para o cego é oportunidade, é a ferramenta para que tenha condições, autonomia e independência para se tornar um profissional da música;.

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