Quando circula pelas ruas do Distrito Federal e até mesmo do Novo Gama, bairro de Valparaíso (GO) onde vive há 15 anos, o paraense Ednaldo Silva passa despercebido. Basta, porém, entrar em um avião rumo ao Sul do Brasil para o cidadão anônimo se transformar em atração instantânea. ;Em Curitiba, não se passam 15 minutos sem alguém me parar para tirar fotografia;, conta. Seu alter ego artístico é Edy Lemond, revelação e celebridade do eletrofunk, gênero diferente do funk carioca, surgido no Paraná. Há três anos, a carreira do MC deslanchou e os vídeos dele no YouTube já somam mais de 5 milhões de visualizações. Por onde passa com sua batida, lota as casas de show.
De gel no cabelo, óculos escuros, paletó preto alinhado, Lemond não lembra em nada um funkeiro carioca. As composições, tampouco. Além das diferenciações rítmicas, as letras que canta e compõe não são uma exaltação ao sexo. A malícia existe, mas de forma mais disfarçada. ;Trabalho o duplo sentido, vai da cabeça de cada um. Também pego aquelas expressões e gírias a que ninguém dá atenção e coloco na música;, afirma. São refrões curtos e repetitivos, daqueles que pregam na memória. ;Procuro fazer música chiclete;, admite.