;Cadê a moça da paçoca?;, perguntava Pedro Henrique, 8 anos, enquanto perambulava, num parquinho da Estrutural, sem se dar conta daquilo que, além de guloseima, o grupo teatral Esquadrão da Vida lhe entregava: entretenimento dosado com teor crítico. ;Aqui não tem nada. A arte é a da bala. A realidade tá dura;, salientou a dona de casa Neraci da Silva, 40 anos, que, na área ;da periferia; da Estrutural, nos arredores do Lixão, sabia da importância de os filhos e os sobrinhos aproveitarem a oportunidade de diversão, na manhã de domingo (3/6).
Vinda do Piauí, aos 16 anos, à época, moradora da Asa Norte, Neraci teve acesso a teatro e a cinema. ;Aqui não tem nem biblioteca pública;, lamentou. ;É legal ; eles fazem uma arte diferente;, comentou o filho dela, Luis Eduardo, 8 anos. Os irmãos dele, Maria Eduarda, 7, e José Renato, 5 anos, também aprovaram as cambalhotas e as músicas entoadas por Maíra Oliveira, Vinícius Santana, Andréa dos Santos, Gabriel Preusse e Adriana Bruno, integrantes do Esquadrão da Vida.
