Diversão e Arte

Com uma pequena ajuda dos amigos, Paul tomou gosto de trabalhar em conjunto

postado em 18/06/2012 17:04
Após quase 10 anos de composições em parceria com John Lennon, Paul McCartney parece ter tomado gosto por trabalhar em conjunto. Tanto que, depois da dissolução dos Beatles, continuou empenhado em estar sempre rodeado de gente boa. É claro que a dupla Lennon e McCartney, à qual se credita quase 200 canções, é a que está mais embutida na memória popular. A força dos nomes juntos era ; e é ; tamanha que, mesmo quando apenas um havia feito a canção, eram os dois que assinavam.

Algo parecido acontecia no Wings, banda pós-Beatles que contava com sua esposa à época, Linda. Não se sabe exatamente qual era a colaboração dela nas músicas, mas a grande maioria leva o nome do casal. Um bom exemplo é a clássica Live and let die, feita para a trilha de um filme de James Bond, que chegou a ser indicada ao Oscar.

No começo deste ano, os fãs do beatle tiveram uma sensação de déjà-vu ao ouvirem que Paul havia convidado Stevie Wonder para participar de seu álbum Kisses on the bottom. A contribuição é pequena ; um solo de gaita na faixa Only our hearts, de autoria de Paul ;, mas remonta ao começo da década de 1980, quando os dois gravaram Ebony and ivory, também composta pelo beatle.

Considerada brega por alguns, a canção metaforizava a convivência harmônica das teclas pretas e brancas do piano para abordar a questão racial. Lançada como single em 1982, atingiu o topo das paradas britânica e americana. O dueto figurou entre os piores da história em algumas listas do gênero, mas celebra o encontro de dois gênios da música mundial. Em parceria, eles compuseram What;s that You;re doing?.

Outra colaboração memorável se deu entre Paul e Michael Jackson, também no começo daquela década. O beatle já havia emprestado sua voz para The girl is mine, do amigo; mas Say, say, say foi um estrondo. Lançada como single do álbum Pipes of peace, de Paul, em 1983, ela está em 35; lugar na Billboard;s All Time Top 100, lista que elenca as canções mais executadas da história. Outra parceria dos dois, The man, está no mesmo álbum do britânico.

Em boa companhia

Ler que Declan MacManus é coautor de várias canções de Paul talvez não lhe diga nada. Só que esse é o nome verdadeiro do londrino Elvis Costello, parceiro recorrente na obra solo do beatle. A parceria mais conhecida é Veronica, gravada por Costello em seu álbum Spike, de 1989. Mas a dupla tem pelo menos 15 canções, algumas inéditas, feitas entre o fim da década de 1980 e o começo da seguinte. Em Flowers in the dirt (1989) e Off the ground (1993), de Paul, é possível ouvir algumas delas; nos álbuns de Costello, também.

Paul teve outros parceiros constantes, como Denny Laine, cujo nome verdadeiro é Brian Frederick Arthur Hines. Ele foi um dos fundadores do Wings e esteve na ativa com o grupo em sua década de existência. O álbum London Town (1978), de Paul, está repleto de canções da dupla. E em Press to play (1986), a maioria das canções é dele e do inglês Eric Stewart.

Outra experiência que revela o espírito agregador de McCartney é a gravação do CD Run devil run, de 1999. Nele, há a participação de músicos ilustres: o guitarrista Dave Gilmour, do Pink Floyd, e o baterista Ian Pace, do Deep Purple. Além disso, ele abre mão de seu trabalho autoral para reverenciar alguns de seus mestres, como Elvis Presley, Chuck Berry e Carl Perkins.

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