A revista Animal teve vida breve. Durou 22 números entre 1988 e 1990, mas deixou legado que ainda reverbera na memória de leitores e autores de histórias em quadrinhos. Em suas páginas, vários personagens, roteiristas e desenhistas estrangeiros, até então inéditos no Brasil, foram publicados no país pela primeira vez. O espanhol Max foi um deles. Seu Peter Pank ; uma releitura mucho loca de Peter Pan ; foi uma das séries mais populares da publicação.
Depois disso, os fãs brasileiros de Max ficariam anos sem notícias do espanhol, até a publicação, no fim de 2006, de O prolongado sonho do Sr. T (estreia da editora Zarabatana). Esse distanciamento pode dar a impressão de que autor espanhol tem uma produção sazonal. Não é o caso. Aos 55 anos, Max (nascido Francesc Capdevila) acumula quatro décadas de ilustrações e histórias em quadrinhos, gozando de grande prestígio na Espanha. Em 2007, o barcelonês recebeu o Prêmio Nacional dos Quadrinhos. Ano passado, foi tema de uma grande exposição retrospectiva, Panóptica (;visão total;), no Museo Valenciano de la Ilustración y la Modernidad, em Valência. Depois, a mostra passou pela Cidade do México (contabilizando 30 mil visitantes) e, desde segunda-feira, ocupa a galeria do Instituto Cervantes de Brasília, onde permanece até agosto. Daqui, segue para Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador.