postado em 23/06/2012 18:01
Quando menina, a cantora Célia Porto era uma das milhares de crianças mundo afora a se impressionar com os passos sinuosos do cantor Michael Jackson, e passava horas diante do espelho tentando imitá-lo. Aos domingos, era ritualístico sentar-se diante da TV e esperar pela estreia dos videoclips do astro, no programa dominical Fantástico. ;O universo inteiro o ama. Ele é um encantador;, acredita ela. Diante da triste notícia da morte do ídolo, Célia arregimentou músicos da cidade para um tributo a Michael, uma espécie de brincadeira informal.
Três anos depois, o formato evoluiu e a jam session improvisada virou espetáculo com direção, cenário, figurinos caprichados e grande elenco, composto por músicos que vivem na cidade, e por um time que habita o eixo Rio-São Paulo. No ano passado, a terceira edição da homenagem teve 18 números). Hoje, quem for à Sala Martins Pena, às 21h, verá 22 composições do cantor, em um espetáculo com duração de mais de uma hora e meia, que mescla música, dança e poesia. O espetáculo, que traz o ator e músico David Reis no papel do ídolo, será reapresentado amanhã, às 20h.
No momento de selecionar o repertório, Célia, que fez a curadoria em parceria com a banda Jackson Live cover band, tentou propor um passeio pela obra do Rei do Pop. Não poderia faltar um bloco com as canções clássicas, como Thriller, Bad e Beat it, entre outras. Neste momento, o público poderá ver coreografias famosas criadas por Michael, e executadas por grupos da cidade, como a Tribo Cia. de Dança, Caixa Cênica e até uma performance da atriz Lívia Bennet. Outra intenção é revelar o lado B, de criações menos conhecidas do cantor, como sua veia blues e até a canção Whatever happens, sucesso dividido com o guitarrista Santana.
Questão racial
No bloco da intervenção poética, que apresenta assuntos relacionadas ao cantor e não necessariamente composições dele, o rapper Gog fará uma participação especial para trazer à tona a questão racial na vida de Michael e de brasileiros que enfrentam preconceitos diariamente. O cantor Rubi, que esteve recentemente na cidade lançando seu trabalho solo, fará uma interpretação de Smile, composta por Charles Chaplin e tida pelo astro como sua música favorita. Ainda há momentos dedicados à banda Jackson;s Five e às canções dedicadas a causas sociais, com participações das cantora Carmem Teresa Manfredini, Georgia W. Alo e da própria Célia Porto. Milton Guedes e Adriano Faquini são outros artistas a estarem presentes no palco.
Percebendo a identificação das crianças com o cantor, Célia criou ainda um musical infantil Michael Jackson, um ser encantado. Apresentada amanhã, às 16h, a montagem voltada para o público infantil ganha o auxílio luxuoso de uma contadora de histórias, Ana Luiza Quintas, e de meninada com vocação artística no palco. Uma delas é Gabriela Dourado, filha dos músicos Bruno Dourado e Isabella Rocha, da banda In Natura. O filho de Célia com Rênio Quintas, Rênio Porto Quintas, é ator mirim e também participa do musical, que termina em uma boate com muito groove nas caixas de som. No dia da morte do cantor (segunda-feira), haverá ainda uma espécie de vigília, no Conic, a partir das 17h.
A efeméride extrapolará a data fatídica e as homenagens devem seguir até o fim do ano. A intenção da criadora do projeto é levá-lo a outras cidades do Distrito Federal, contando sempre com a participação dos artistas locais nas apresentações. ;Outra ideia é montar uma ópera baseada no disco Thriller;, conta Célia.
I;ll be there ; homenagem a Michael Jackson
Hoje, às 21h, e amanhã, às 20h, na Sala Martins Penna do Teatro Nacional Cláudio Santoro (SCTN, Via N2 - 3325-6239). Entrada franca. Não recomendado para menores de 14 anos. Amanhã, às 16h, musical infantil Michael Jackson - ser encantado, no mesmo local. Classificação indicativa livre.
Ingressos esgotados.