Duas das cantoras mais admiradas pelo público e respeitadas pelos críticos do cenário independente estão de volta. Após alguns anos sem lançar material inédito, Regina Spektor e Fiona Apple dão um passo à frente em suas carreiras, sem deixar de lado os traços mais marcantes.
Após três anos desde seu último álbum de inéditas, Far, Spektor transita mais uma vez entre a melancolia e a espirituosidade em What we saw from the cheap seats. As faixas capturam pequenos retratos do cotidiano e os transformam em músicas sobre a dificuldade de crescer, a instabilidade e a fragilidade das relações, com destaque para Firewood, How, e o carro chefe All the rowboats. O disco balança um pouco nas melodias viciadas e maneirismos vocais já conhecidos da cantora, o que dá uma sensação constante de déja-vu, mas não chega a prejudicar a boa produção e nem tira o brilho peculiar que a consagrou no universo do pop.
Com menos discos na bagagem (quatro versus seis de Spektor), mas com uma obra talvez mais sólida e irrepreensível, Fiona Apple rompe o hiato de sete anos com o pequeno título do novo álbum: The idler wheel is wiser than the driver of the screw and whipping cords will serve you more than ropes will ever do. Apesar de não ajudar em muito, vale tentar uma tradução: ;A roda preguiçosa é mais esperta que chave de parafuso, e os chicotes serão mais úteis do que as cordas jamais poderão ser;.