O cineasta brasiliense Iberê Carvalho faz um mergulho em águas mais profundas. Enquanto trabalha na pré-produção do primeiro longa-metragem da carreira, O último Cine Drive-In, com previsão para ser filmado até o fim do ano, o cineasta exibe o documentário Maria Lenk ; A essência do espírito olímpico, na quinta-feira (5/7), às 20h, no canal fechado ESPN Brasil. Em encontro marcado na hora do almoço, o diretor dos curtas-metragens Procura-se (2010) e Para pedir perdão (2009) desfez uma das primeiras expectativas em relação ao primeiro longa-metragem. ;Muita gente acha que será uma ficção sobre o Cine Drive-In. Não é isso. É a história de um rapaz (Marlonbrando), que sai do interior de Goiás para acompanhar as consultas médicas da mãe em Brasília, reencontrando o pai que não via há 15 anos;, explica.
Enquanto o filme está em franco processo de planejamento, o média-metragem sobre Maria Lenk movimenta as expectativas e os sonhos do criador. Antes de se transformar em cineasta, Iberê Carvalho era carateca e sempre quis ir a uma Olimpíada. O desejo sempre foi impossível, já que a luta marcial nunca foi incluída como categoria olímpica. Para realizá-lo, a opção seria viajar como espectador, porém Carvalho escolheu outro caminho: dirigir a biografia de uma das maiores atletas da natação brasileira, Maria Emma Hulga Lenk Zigler (1915 ; 2007). ;Fazer um filme sobre Maria Lenk também é criar um retrato do esporte brasileiro de 1915 até 1990. É mostrar que a organização em federações e em competições começou a ser feita pela leva de imigrantes europeus do fim do século 19. Eles tinham uma visão de que aquilo não era só entretenimento ou uma atividade saudável. Entendiam que existia a função de agregar, socializar e de fazer os povos interagirem;, conta.