Diversão e Arte

Flip é aberta com o bom humor de Verissimo e elogios a Drummond

postado em 04/07/2012 23:15
Paraty (Rio de Janeiro) - Foi com versos de Carlos Drummond de Andrade que a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) comemorou seu aniversário de dez anos. O poeta mineiro, uma das grandes vozes do modernismo brasileiro, é o alvo das homenagens da edição, que começou na noite de hoje. Luis Fernando Verissimo, lendo um discurso que mais parecia uma de suas crônicas bem-humoradas, começou lembrando de quando esteve na Flip há quatro anos, para intermediar um bate-papo com Tom Stoppard, a que chamou, carinhosamente, de "monstro" da dramaturgia. Na ocasião, talvez nervoso na mediação da conversa, acabou chamando a Flip de "Clip". O pedido de desculpas e a redenção, disse o autor gaúcho, ocorrem somente agora. "Quem errou foi a plateia, que não entendeu", brincou ele, que, pouco a pouco, utilizou palavras iniciadas com "c" que definem o ambiente do festival, como "conspiração". "É uma conspiração para deixar todos mais inteligentes", completou.

Na sequência, Antonio Cicero e Silviano Santiago leram dois textos sobre a poesia de Drummond. Santiago traçou um panorama da produção do poeta, citando poemas, descrevendo fases e analisando contradições estéticas e temáticas. Cicero esboçou análise de um poema em especial, A flor e a náusea. "Drummond esteve entre a razão e a emoção, (Karl) Marx e (Marcel) Proust", definiu Santiago.

A programação da Flip segue até domingo (8/7), com mesas de escritores nacionais e internacionais.

O repórter viajou a convite do Itaú Cultural

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