Diversão e Arte

Baseado em clássico de Jack Kerouac, filme de Walter Salles estreia sexta

Ricardo Daehn
postado em 09/07/2012 08:57

Com um horizonte acidentado, tendo à frente convenções sociais e imposições consumistas, um punhado de jovens rebeldes optou pela contramão nos anos 1940. Nessa ruptura ; fomentada no pós-guerra, Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William Burroughs, além de outros poetas e ativistas da chacoalhação ;, forneceram material, aos rodos, para o The Beat Museum contemporâneo, mas, numa olhadela pelo retrovisor, a gênese do movimento contestatório, quase sistematizada nos escritos de On the road, não se destina a mofar naquele templo localizado em San Francisco.

;A revolução comportamental abrigou a ideia de ver sexo e drogas como formas de amplificação da compreensão do mundo. É um conceito único que está no livro de Kerouac. Nele, há a importância de se explorar um mundo à flor da pele. Consciência crítica veio daí, e, a partir dela, se muda um pouquinho;, observa o cineasta Walter Salles, responsável por corporificar, no cinema, os escritos tidos como a ;bíblia; da geração que abraçou, indiretamente, causas ecológicas, pacifistas, preceitos zen-budistas e doses arrojadas de imediatismo, tudo sem dispensar experimentos com o suor da carne agitada por sexo e pelo bebop.



;O livro fala da importância de viver na pele, e não por procuração. Em anos de Big Brother, com muitos vendo tudo, sentadinhos no sofá; acho que ver pessoas que vivem em todas as possibilidades é algo inspirador;, reflete o diretor, que, em maio, competiu pela Palma de Ouro no Festival de Cannes. Na estrada estreia sexta-feira (13/7) no Brasil, estando em exibição na França, Holanda e Bélgica. Depois de 30 festivais, chegará aos Estados Unidos, em dezembro, a tempo de ser lembrado para o Oscar. Com a câmera colada em corpos que delineiam desejos de cinéfilos ; vide Kristen Stewart (da saga Crepúsculo), Alice Braga, Garrett Hedlund e Sam Riley ;, o diretor revelou que quis captar ;a viagem que ocorre dentro deles ; existem várias maneiras de se viajar;, causando risada coletiva, em entrevista. Vale se lembrar de certa familiaridade da patota beat com alas de hospitais psiquiátricos, com ;limpeza; do corpo por causa das drogas, algum contato deles com grades de presídios e a fomentação, em comum, de tendências esquizoides e convívios esquizofrênicos.

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