postado em 16/07/2012 11:08
O universo cinematográfico infantil pode conter um mundo. A subjetividade da menina de 10 anos Jojo, protagonista do holandês Kauwboy, concorrendo na mostra competitiva, funciona como uma espécie de refúgio. A amizade entre Jojo e um pássaro é um canto seguro para longe da família, integrada pelo pai bipolar e uma mãe ausente, em que a garota vive. A escolha do corvo, animal simbolicamente vinculado ao sinistro, recobra a necessidade de lidar e entender com o que nos é diferente. O filme, o primeiro dirigido pelo cineasta Boudewijin Koole (experiente em produções sobre o universo infantil), foi considerado o melhor da mostra Generation do Festival de Berlim e recebeu um prêmio ofertado pelo Unicef no Bacifi, de Buenos Aires.
Em certo sentido, é preciso relacionar a esperança como motivação para a personagem Aicha, de Fim de dezembro, e a trajetória do diretor do filme, o tunisiano Mouez Kamoun. A história profissional de Kamoun é ligada a grandes produções hollywoodianas sem que o cineasta nunca tenha precisado sair da Tunísia para trabalhar. A experiência como assistente de direção em várias produções locadas no país ao norte da África renderam aparições nos créditos da série Star wars (os três primeiros episódios, produzidos recentemente) e O paciente inglês (1996), de Anthony Minghella.
