Diversão e Arte

Festival apresenta longas americanos sobre estranhamento com o mundo

postado em 17/07/2012 08:52
A primeira edição do Brasília International Film Festival (Biff) já está praticamente na metade ; termina domingo, com anúncio dos premiados e projeção de filme surpresa. E, até aqui, conseguiu vencer o mais duro dos testes: atrair público e conseguir preencher as salas. Foi o que aconteceu no fim de semana, em que os espectadores compareceram em bom número, ocupando a maior parte dos assentos das sessões no Cine Cultura Liberty Mall. É também nesses dias intermediários que começam a surgir destaques e títulos que só agora entram na programação da mostra. Leia as críticas da equipe do Diversão & Arte.



Cena de Ausência, longa-metragem de estreia de Mark Jackson, que está na mostra competitiva

Ausência ***
Entre os longas de novatos do Biff, este Ausência é dos mais instigantes. Mark Jackson, cineasta faz-tudo (diretor, roteirista, montador e produtor), cria uma atmosfera desnorteante, de sensações de enfado e pavor, em que o espectador nem sempre pode confiar nas imagens que vê. Joslyn, uma jovem que não dá pinta de enfermeira, muito menos de cuidadora de velhinhos frágeis, arranja um emprego que reúne as duas funções, numa casa erguida em região bucólica. A nova rotina, lotada de mesmices, é filmada em silêncio, quebrado aqui e ali por ruídos contidos ; o sofrimento mudo do idoso, o celular em local inesperado. Ela, talvez com o espectador, não tem o que fazer no tempo livre, a não ser cultivar espanto diante de eventos domésticos que parecem ; só parecem ; regulares e vazios. (Felipe Moraes)

La Playa D.C. ***
A realidade de poucas perspectivas de três jovens irmãos afro-colombianos num subúrbio de Bogotá é apresentada com contornos quase documentais por Juan Andrés Arango em seu primeiro longa. O diretor, no entanto, aborda o assunto sem recorrer a cenas de violência, um dos clichês dos ;favela movies;. A câmera na mão e, principalmente, o elenco de não-atores, sempre improvisando em cena, ajudam a compor um retrato bastante realista. Sobram problemas, faltam oportunidades, mas isso não quer dizer que os personagens não se divertem. O diretor insere fachos de luz em meio a um cenário, no geral, sombrio, dando certa leveza na condução da história. (Pedro Brandt)

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