Caroline Maria
postado em 18/07/2012 00:08
O espetáculo Foi Carmen, do diretor Antunes Filho, estreia o Cena Contemporânea como uma "poesia radical", para usar as palavras do curador Guilherme Reis. Não agrada a gregos e troianos, mas, sem dúvidas, é uma sessão que merece a atenção de quem admira o bom teatro. Hoje (quarta-feira) é a última apresentação, às 21h, na Sala Martins Pena.Ao mesmo tempo provocador e delicado, o espetáculo é fruto de uma homenagem de Antunes ao centenário do japonês Kazuo Ohno, dançarino que transformou o butô com sua arte. O enredo traça um paralelo explícito entre as culturas oriental e ocidental.
O caráter crítico de Foi Carmen, impregnado de silêncios, pausas e imagens de uma Carmen Miranda sombria e entristecida, incomodou uma fatia magra da plateia, que chegou a abandonar o teatro. Ao final da apresentação dessa terça-feira (17/7), a resposta do público foi acanhada e os aplausos frouxos diante da qualidade da obra.
Para quem pretende conferir a peça, mas não adquiriu ingresso, vale tentar comprar antes da sessão. Apesar da sala cheia, alguns lugares da Martins Pena estavam disponíveis.