postado em 18/07/2012 09:07
No filme alemão Os esquecidos, exibido no Biff em competição, um pai relaxado, que nunca deu bola para a filha única, gerada no primeiro casamento, subitamente se desespera ao saber que a garota desapareceu. E então parte em busca da menina. Estreante em longas-metragens, o diretor Jan Speckenbach conversou ontem com o público em debate mediado pelo crítico de cinema José Carlos Avellar. E revelou: a situação descrita no filme não é uma mera alegoria ficcional ou resultado de uma fábula de ficção científica.A Alemanha de hoje tem, de fato, perdido suas crianças, sobretudo para a nova configuração demográfica, em que adultos e idosos são maioria e têm mais poder social e político. ;É uma abordagem psicológica para um tema sociológico;, contou o diretor. ;Era importante ter apenas um pai, apenas uma filha, para a composição do filme. Queria achar uma imagem da nova demografia. Há, simplesmente, menos jovens lá. Há uma consciência coletiva disso. Todo mundo sabe disso, mas ninguém quer falar sobre isso. E ninguém também tem coragem de dizer que a Alemanha é um país de migração. A Europa não se imagina assim;, completou.
