The absence, o novo disco de Melody Gardot, chama a atenção, primeiro, pela capa em que a loura cantora norte-americana aparece seminua, em pose lânguida ; clicada pelo conceituado fotógrafo publicitário italiano Fabrizio Ferri. Depois, quando começa a ser ouvido, pela explícita influência da música brasileira e africana. A primeira faixa, Mira, tem arranjo de cordas que remete a Tom Jobim e um violão meio percussivo, ao modo de Baden Powell; Amalia, a segunda, tem uma levada afro em clima de trilha sonora do musical O rei leão.
O flerte com a música brasileira já transparecia no disco anterior de Melody Gardot, o ótimo My one and only thrill, no qual ela recriou o standard Somewhere over the rainbown com levada bossa nova. Ainda assim, o batuque que se acentua em algumas das faixas de The absence soa estranho para quem se acostumou à voz suave da cantora deslizando macia por canções intimistas nos dois álbuns que lançou antes deste.
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