Agência France-Presse
postado em 02/08/2012 17:06
Nova York - Ela era a imagem da loira fatal e, 50 anos após sua morte repentina, o debate sobre a revolução sexual de Marilyn Monroe ainda sobrevive. Monroe não foi a primeira ;pin-up; de Hollywood ou mesmo uma loira natural.Contudo, entre o famoso suéter vermelho apertado, as fotos da Playboy e o episódio do vestido esvoaçante sobre a ventilação do metrô de Nova York, a jovem, antes conhecida como Norma Jeane Baker, transtornou os Estados Unidos e o mundo.
Seus casamentos com celebridades e a fama, que ia muito além de sua modesta lista de participações no cinema, ajudaram a criar um símbolo sexual reverenciado por cantoras pop, atrizes e fashionistas até hoje.
"Marilyn Monroe alcançou uma aura", disse Goetz Grossmann, produtora-executiva de um novo filme sobre a atriz chamado "Blonde" à AFP. "Você não pode fugir de Marilyn Monroe. Ela atingiu um status icônico".
Muito além de biografias, como a recente "Sete Dias com Marilyn", Hollywood e a indústria da música e da moda continuam intoxicadas pela bela, encontrada morta aos 36 anos pelo uso abusivo de remédios.
A diretora criativa Joe Zee escreveu no website Elle.com que "a bombshell original" ainda é uma inspiração nas passarelas.
Celebridades como Taylor Swift e Scarlett Johansson são conhecidas por explorar os cachos loiros e vestidos brancos que ajudaram a fazer de Monroe um ;sex symbol;. A atriz Megan Fox fez uma tatuagem --mais tarde removida-- do rosto de Marilyn em seu antebraço.
Lindsay Lohan tem uma obsessão pela musa, notada mais uma vez em seu ensaio na Playboy, em que reproduz o nu de Monroe em 1953 na primeira edição da revista de Hugh Hefner. "Eu me identifico", disse a conturbada atriz no ano passado.
O contundente poder de atração de Marilyn pode parecer estranho. Embora seu trabalho em "Quanto Mais Quente Melhor" e em muitos outros filmes tenha sido marcante, sua participação em Hollywood foi curta e sua história é conhecida pelo sofrimento e morte.
Mesmo por trás de seu passado e do ;sex appeal;, ainda há uma questão: a personalidade sedutora de Marilyn foi uma prova de independência, ou o reflexo de uma mulher manipulada pelos homens?
Lois Banner, autor da biografia recém-publicada "Marilyn: The Passion and the Paradox," diz que não há dúvidas de que ela era a verdadeira dona de seu corpo. "Ela criou sua carreira", explicou Banner em uma entrevista por telefone. "Ela era extremamente esperta. Sabia muito bem o que estava fazendo... Os jornais queriam uma loira fatal e foi o que ela fez".
Segundo Banner, que levou 10 anos investigando os poucos aspectos ainda sombrios sobre a vida de Marilyn Monroe, a atriz sabia que entrava em um jogo perigoso, e perdeu o controle apenas no fim, quando começou a andar com os Kennedy e Frank Sinatra.[SAIBAMAIS]
"Ela dormia com homens para chegar ao topo. Eles a usaram? Sim. Ela os usou? Sim. Ela mostrava seu corpo porque queria manter o controle sobre os homens", explicou.
Já Rosanna Hertz, professora de Sociologia na Wellesley College, afirma que Marilyn não era nenhuma heroína do poder feminino. "Quando a sexualidade é comercializada, minha pergunta é: ;Quem controla isso?;", declarou Hertz.
A vida de Monroe pode ser um aviso para aquelas que esperam que o seu poder de sedução traga riqueza e glamour. "É preciso trabalhar duro para ser uma ;mulher troféu;", disse Hertz. "É algo que muitas mulheres mais jovens tentam simular. (O programa de TV) ;Bachelorette; é sobre isso. Não acho que garotas que buscam isso sabem o quanto é difícil: descobrir quem são os homens ricos, ir atrás deles", acrescentou.
Muitas tentaram imitar Marilyn Monroe, mas apenas uma se aproximou --e até mesmo melhorou-- de sua fórmula de sexualidade e estrelato: a diva Madonna.
Ela também é uma morena que inventou um novo nome, se tornou loira, e lançou uma carreira que seria sinônimo de uma chocante segurança com sua sexualidade.
Entretanto, independentemente de suas semelhanças, Madonna é forte onde Marilyn era vulnerável e foi essa diferença crucial permitiu que ela se mantivesse ativa. Madonna "está sempre sob controle", afirmou Grossman.