Nas está com saudades do passado. E talvez de si mesmo. Em seu novo e décimo disco, o rapper nova-iorquino, que estourou já na estreia, com o clássico Illmatic (1994), abre o coração. Life is good é um álbum extremamente pessoal, que leva para melodias e composições uma narrativa sobre os últimos dois anos na vida do músico. Separação e divórcio da cantora de soul Kelis, em maio de 2010, o retorno à rotina de solteiro, a preocupação com a criação dos filhos (uma menina de 18, que andou expondo crises familiares no Twitter, e um menino de 3) e os recentes percalços com impostos, totalizando uma dívida que passa de US$ 6 milhões.
O flow (a cadência) do álbum deixa clara a intenção de Nas: refletir sobre sua trajetória pessoal e profissional com batidas simples, recheadas de acordes de piano e referências dos anos 1980 ; alguns samples soam como velhos LPs ;, a era de ouro do hip-hop. Nas letras, o tom confessional segue a nostalgia gravada na sonoridade das canções. O MC, que no passado, além do talento, ficou conhecido pela rivalidade com Jay-Z, agora só quer saber de compartilhar seus sentimentos com os fãs.
