Roberto Burle Marx foi um modernista, mas não nasceu assim. Foi menino, cresceu brasileiro e, quando chegou à Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, seguiu o caminho de todo estudante de artes: fez desenho de modelo vivo, com traço acadêmico, antes de tomar o rumo moderno da abstração. Essa produção ficou inédita por décadas e chega ao público graças à curadora Yanara Costa Haas, que selecionou 120 desenhos para a exposição Roberto Burle Marx: a figura humana na obra em desenho, em cartaz a partir desta quinta-feira (16/8) no Museu Nacional dos Correios.
As obras integram um conjunto de 1.500 desenhos guardados no sítio do artista na Barra de Guaratiba (RJ), doado para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1984. ;Essas obras datam das três primeiras décadas de trabalho dele e são inéditas porque não são referentes ao paisagismo, são mais figurativas, desenhos de figuras humanas, especialmente figuras do povo, que era uma constante no discurso dele;, explica Yanara.