;Estilo em detrimento de conteúdo;. Era geralmente assim que os críticos de cinema norte-americanos definiam a maioria dos 16 filmes de Anthony David Scott, o Tony, que se suicidou no último domingo, deixando Hollywood em choque. Muita gente da maior indústria cinematográfica do planeta manifestou pesar e lamento pela morte do diretor inglês. Mas, apesar da falta de fortuna crítica e da bênção do Oscar ; uma honra que seu irmão Ridley já recebeu em três indicações e na consagração da estatueta de melhor filme para Gladiador (2000) ;, Tony teve imensa influência no cinema de ação. E, como poucos cineastas de títulos de gênero, experimentou em estilo e forma até a derradeira de suas produções.
Tony é sempre relacionado a fitas de ação musculosas, recheadas de músicas pop, galãs, musas e carros esportivos ; dos quais ele era colecionador, aliás. As marcas de seus primeiros filmes, entre o final dos anos 1980 e em toda a década seguinte, levam para a tela de cinema personagens rotulados de unidimensionais e bobos, mas uma atmosfera visual vigorosa, construída em zooms, contrapontos entre movimentos de câmera lentos e velozes, e uma montagem tão rápida quanto a do videoclipe e da publicidade, onde começou a carreira. Maré vermelha (1995) e Inimigo do estado (1998) são dois dos melhores exemplos.
