A pianista Clara Sverner está um pouco triste com a parca atenção despertada pelos 150 anos de nascimento de Claude Debussy, completados no último 22 de agosto. Efemérides costumam ser muito bem aproveitadas por gravadoras e grandes orquestras, mas Clara acredita que ninguém está se dedicando ao francês o suficiente. Por isso, ela ficou bem aliviada de finalmente colocar no mercado Ravel%2bDebussy, seu 28; disco e o primeiro no qual interpreta Debussy. ;Era meu sonho chegar aos dois compositores, com os quais sempre tive grande afinidade. Debussy está sendo ignorado;, acredita a pianista, que, aos 74 anos, gravou de Mozart a Alban Berg e Chiquinha Gonzaga.
É verdade que orquestras internacionais do porte da New York Philarmonic, Filarmônica de Berlim e Royal Philarmonic, de Londres, não planejaram grandes festivais com Debussy, embora o nome do compositor apareça timidamente nos programas. Na capital paulista, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) tem Debussy em pelo menos oito programas até dezembro. Em Brasília, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro tocou Dança sacra e Dança profana na última apresentação (em 28 de agosto). Mas Clara queria mais. Ela mesma vai fazer recitais no Rio de Janeiro até o fim do ano.