Quando alguém refere-se a Paulinho da Viola como ;Príncipe do Samba;, ele prontamente coloca as coisas no seu devido lugar, afirmando: ;O legítimo detentor desse título é Roberto Silva;. Era. Esse botafoguense nascido no Morro do Cantagalo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e criado no subúrbio carioca, morreu na madrugada de domingo, após seis meses de luta contra um câncer na próstata ; constatado há sete anos. O sepultamento ocorreu ontem à tarde, no Cemitério de Inhauma, no subúrbio do Rio.
[SAIBAMAIS]Aos 92 anos, o sambista cujo nome recebido na pia batismal era Roberto Napoleão, mantinha-se em plena atividade até o mês passado, com agenda cheia de shows que o levava há várias cidades do país. Na sexta-feira, ele foi internado no Hospital Salgado Filho, no Méier, vítima de um AVC. Os médicos diagnosticaram, também, o comprometimento de outros órgãos. O cantor, de acordo com a mulher Syone Guimarães da Costa; com quem estava casado há 19 anos ; havia manifestado o desejo de morrer em casa. Ele morreu na casa da filha Arilda.
Velado na capela Santa Isabel, em Inhaúmas, o corpo de Roberto Silva esteve cercado de parentes e amigos. Um deles, o cantor e compositor Paulinho da Viola, manifestou sua admiração por Roberto, a quem admitiu ser uma referência para ele. Na classe artística, o veterano sambista tinha muitos admiradores, dos consagrados João Gilberto, Caetano Veloso e Zeca Pagodinho, a representantes da nova geração, entre os quais João Cacalcante, do grupo Casuarina, Pedro Paulo Malta, Alfredo Del Penho e Makley Matos, que integraram o elenco do musical É com este que eu vou, sobre a história do samba.