O 69; Festival de Veneza terminou no último sábado com polêmica em torno da premiação principal, o Leão de Ouro, entregue ao sul-coreano Kim Ki-duk pelo filme Pietà. Mas o burburinho negativo em torno da competição, que vez ou outra termina em fofoca ; em 2010, Quentin Tarantino chefiou o grupo que elegeu Um lugar qualquer, de sua ex Sofia Coppola, não ofusca um dos momentos mais importantes do cinema sul-coreano em todos os tempos. Pois o longa-metragem de Ki-duk foi o primeiro do país a receber a honra máxima de um dos grandes festivais europeus (Berlim, Cannes e Veneza).
A vitória no concurso de cinema mais antigo da Europa também parece demarcar uma época de amadurecimento da produção sul-coreana, que possui um forte mercado interno de filmes de gênero e um cinema independente prestigiado, movido a representações sociais, tramas de vingança e estética crua e violenta.
Com uma clara alusão ao cristianismo logo no título ; pietà remete ao luto da Virgem Maria sobre o corpo de Jesus Cristo ;, Ki-duk narra uma crônica carregada de reflexões sobre ganância e cenas chocantes de mutilação e estupro. Kang-do (Lee Jung-jin), um cobrador de dívidas solitário, que arranca dinheiro dos devedores de seus clientes com extrema brutalidade, recebe a visita de uma mulher que diz ser sua mãe.
Confira o trailer de Pietà
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