A primeira impressão que se tem diante de um presunto pata negra é a de que ele será servido a algum bárbaro. Aquela grande perna de porco acomodada em uma peça de madeira leva a imaginação aos remotos tempos em que homens gigantes e musculosos a saboreavam segurando com as mãos, rasgando a carne com os dentes. Fantasias à parte, o jamón, embora tenha aparência rústica, é um produto sofisticado e apreciado há tempos pelos espanhóis. Tudo é levado em conta no processo de produção, desde o tipo de porco até o tempo de maturação do presunto, que pode chegar a 42 meses. Tanta peculiaridade faz com que o valor do alimento seja bem salgado, aproximadamente R$ 350 o quilo.
O nome pata negra, segundo Ricardo Rojas, é comercial. O presunto recebe essa denominação porque os porcos, de tanto pisarem nas castanhas que consomem, acabam com os pés pretos. O nome oficial é jamón ibérico, pois é originado de suínos que só se reproduzem na região ibérica. ;Esses animais precisam de grandes pastagens para o desenvolvimento ideal;, explica o especialista espanhol. Rojas está em Brasília para ministrar palestras durante o 3; Festival Internacional de Cinema e Alimentação ; Slow Filme. O Festival ocorre no Instituto Cervantes e no cinema de Pirenópolis, em Goiás.