Um sonho de infância levou o servidor aposentado Eduardo Moreira para as paisagens monumentais dos parques nacionais norte-americanos. Menino, Moreira fantasiava em cima das imagens de Yellowstone e do Grand Canion. Adulto, tratou de criar a oportunidade de visitar os locais. A essa altura, as imagens infantis que alimentavam as fantasias ; o Yellowstone, terra do Zé Colmeia, e o Canion, sobrevoado magnanimamente pelo Super-Homem ; já haviam sido substituídas por composições mais sofisticadas. Foi sob o encanto dos registros de Ansel Adams, cuja luta pela preservação dos parques rendeu a maior documentação em preto e branco já realizada sobre essas paisagens, que Moreira desembarcou nos Estados Unidos com a proposta de fazer uma releitura do mestre.
O exercício de imaginar tão praticado na infância virou um jogo de adivinhação. Com a câmera na mão, Moreira tentava presumir como Adams registraria a paisagem no século 21. Revisitando Ansel Adams, em cartaz na Casa Thomas Jefferson, resume a brincadeira em 33 fotografias registradas em 12 parques diferentes durante um trajeto percorrido em 28 dias. ;Adams foi um dos maiores mestres da fotografia do século 20, tão importante quanto Cartier Bresson, apesar de não ser tão conhecido aqui no Brasil. Ele foi o maior fotógrafo americano, durante 60 anos registrou os parques nacionais. Quando comecei esse projeto, tive o Adams como grande mentor;, conta.