Foi no Rio de Janeiro que o fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand pensou, pela primeira vez, no projeto megalomaníaco empreendido durante os últimos 20 anos. De passagem pela capital fluminense durante a Eco 92, Bertrand imaginou uma série de fotografias de vistas aéreas das paisagens do planeta. Começou modestamente e hoje o ensaio A Terra vista de céu, em cartaz no Museu Nacional Honestino Guimarães (Complexo da República), a partir de amanhã, conta com imagens de 120 países. No Rio, o fotógrafo ouviu falar pela primeira vez em desenvolvimento sustentável e em grandes conferências sobre o clima. Hoje, a descrença na vontade política e a militância ecológica injetada no sangue naquele 1992 correm por veias distintas.
Bertrand não acredita mais em movimentos políticos no sentido de mudanças capazes de controlar o aquecimento global e a deterioração causados pelas mudanças climáticas. No entanto, tem fé no alcance individual das mensagens de conscientização. E as fotos fazem parte dessa trilha. Com a fundação Good Planet, ele desenvolve projetos de compensação de carbono em parcerias com ONGs e programas de conscientização, além de experiências artísticas como o trabalho7 bilhões de outros. Na obra, o fotógrafo pergunta a cidadãos de países do mundo inteiro em que consiste a felicidade.