postado em 07/10/2012 13:18
Arlindo Cruz sabe bem o que diz quando agradece por ser um homem abençoado pelos deuses. Em setembro, Brasília vivia uma das piores secas, há muitos dias sem ver nem uma gota sequer. De repente, uma tempestade tomou conta da cidade, a poucos minutos do show que Arlindo faria no evento Boa do Samba. A estrutura ao ar livre estava pronta para um megafestival, que quase foi cancelado. Um pouco antes da hora de Arlindo, Mart;nália e Marcelo D2 entrarem no palco, o céu se abriu.
Aconteceu algo parecido em junho deste ano. Às vésperas da gravação do DVD Batuques do meu lugar, o Rio de Janeiro estava debaixo de chuva forte. No dia, o céu também se abriu. Sorte? Arlindo diz que não. ;Sou abençoado, tenho muito o que agradecer;, disse ao Correio depois de brincar com a repórter ao atender o telefone cantando Modinha para Gabriela, de Dorival Caymmi, na maior alegria.
Batuques do meu lugar é o registro de um show feito no Terreirão do Samba, o berço do samba, que antes abrigava a Praça Onze. ;Todos os ritmos são maravilhosos. Não só os religiosos, mas também os profanos mexem com você, dão um estado de energia diferente. É a minha espiritualidade que está neste DVD, os batuques do meu Brasil;, explica o músico, que aprendeu a batucada com Candeia, compositor chamado por muitos de ;Zumbi dos terreiros cariocas;, pela forte presença e luta.