postado em 14/10/2012 08:00
Na última semana, Lady Gaga foi à Embaixada do Equador em Londres. Ficou por lá entre as 19h e a 0h. Fez visita a um prisioneiro, trancafiado numa salinha desde junho, com um colchão esparramado no chão como um tapete. Julian Assange, o editor-chefe e criador do WikiLeaks, foi condenado em dezembro de 2010 por abusar sexualmente de duas mulheres. Então, por ora, o australiano permanece em Londres, livre de uma extradição para a Suécia, onde supostamente ele cometeu os crimes.
Há dois anos, sua organização sem fins lucrativos foi responsável pelo vazamento de informações confidenciais de alta combustão ; de diários de guerra do Afeganistão e Iraque a e-mails de Sarah Palin, candidata a vice-presidente pelos republicanos em 2008. Para um sujeito tão controverso e subterrâneo, nada mais adequado que um livro como Julian Assange, o guerreiro da verdade: WikiLeaks, a biografia do criador (editora Prumo), relato não autorizado narrado por um par de investigadoras.
Sophie Radermecker, jornalista, e Valerie Guichaoua, escritora e poeta que topou com o jornalismo, compõem uma obra pró-Assange, equilibrada entre apuração, entrevistas e imaginação: uma espécie de dossiê literário em defesa do hacker que desafiou padrões éticos e midiáticos de investigação jornalística, estabeleceu novos paradigmas para a liberdade de expressão e de informação e ousou desvelar para o mundo, por meio da internet, documentos que servem como versões alternativas de tudo que foi veiculado sobre uma infinidade de assuntos políticos e até bélicos ; da corrupção no Quênia à situação dos prisioneiros de Guantánamo.