Irlam Rocha Lima
postado em 14/10/2012 12:28
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Grávida de oito meses, usando um vestido longo branco, Maria Rita, bem solta em cena, recriou clássicos como Arrastão (Edu Lobo e Vinicius de Moraes), com o qual Elis venceu o Festival da TV Excelsior, em 1965; Como nossos pais (Belchior), Vida de bailarina (Américo Seixas e Dorival Silva), Saudosa maloca (Adoniran Barbosa), O bêbado e a equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc), Essa mulher (Joyce e Ana Terra), Me deixas louca (versão de Paulo Coelho para música de Armando Mazanero) e, claro, Águas de março (Tom Jobim).
A cantora se deteve em lembrar fatos que fazem parte da história de vida e de arte da mãe. "Demorei um pouco a descobrir a importância do trabalho dela. Na infância e no começo da adolescência, não gostava do que ela cantava. Mas, depois; Além de a maior cantora da música brasileira, ela teve importante atuação em defesa de sua classe".
Maria Rita deixou claro que para ela era extremamente prazeroso e emocionante estar ali homenageando Elis; e lembrou da relação de amizade da mãe com Rita Lee, de quem cantou Alô, alô, marciano e Doce pimenta. "Desconfio que ela me deu esse nome por causa da Rita". Outra referência afetiva de Elis, a que ela teve com Milton Nascimento, também foi destacada. "Minha mãe dizia que se Deus tivesse voz, seria a do Milton. Ele, até hoje, fala que compôs sempre pensando em Elis". E na sequência, cantou Morro velho, O que foi feito devera e Maria Maria.
De volta ao palco para o bis, aplaudida de pé pelo público, Maria Rita despediu-se com Fascinação (F. Marchetti e Maurice Feraudy, em versão de Armando Louzada), Madalena (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro) e Redescobrir (Gonzaguinha). As mais de 2.500 pessoas presentes voltaram para casa encantadas com o que viram e ouviram.