Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Exposição reúne obras sobre as relações entre homem e meio ambiente



O sujeito e o espaço urbano se encontram nas obras dos artistas que participam da exposição Situações Brasília, com abertura marcada para hoje no Museu Nacional da República. Boa parte das fotografias, instalações, vídeos e pinturas investigam as relações entre o homem e o ambiente e ajudam a fazer um panorama da jovem produção contemporânea brasileira que não está nos circuitos tradicionais do Rio de Janeiro e de São Paulo.

A exposição é a etapa final do Prêmio Situações Brasília, idealizado pelo artista e curador Evandro Salles para reestabelecer um calendário de premiações em artes plásticas no Distrito federal. ;Desde 1998, Brasília não tem um salão aberto que congregue a produção nacional;, repara Salles. ;Então propusemos ao FAC (Fundo de Apoio à Cultura) retomar a ideia de um evento que gerasse obras para o acervo do museu e para a cidade.; O prêmio recebeu mais de 500 inscrições e contou com um júri formado pela curadora Cristiana Tejo e por Wagner Barja, diretor do museu, além do próprio Salles. Aos 20 selecionados que expõem a partir de hoje, juntam-se cinco artistas convidados cujos trabalhos foram adquiridos por R$ 10 mil para integrar o acervo da instituição. Obras de Laura Lima e Paula Trope (RJ), Marcelo Silveira (PE), Pedro Motta (MG) e Milton Marques (DF) passam a fazer parte da coleção do museu.

Hoje, os organizadores divulgam ainda o nome dos três premiados, escolhidos entre os 20 selecionados para a mostra. Cada um receberá R$ 10 mil. No total, o Prêmio Situações Brasília distribuirá R$ 290 mil. ;Acredito que a expansão no panorama brasileiro de eventos deste tipo pode servir para exposições que abarquem outros públicos, outras leituras;, diz o artista gaúcho Michel Zózimo, selecionado para a mostra. Arte, natureza e ciência pontuam o trabalho de Zózimo, que criou o personagem de um pesquisador para realizar a série de fotografias, desenhos e colagens de Fluxograma. ;A série articula relações entre a arte, a natureza e a ciência. Entendendo tais campos como terrenos de fronteiras frágeis, onde a intuição, a poesia e o artifício são ruídos que a passagem do tempo deflagra;, explica o artista, que diz ser movido por uma leitura equivocada de tudo aquilo que não consegue entender.

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