Paisagens vão além do horizonte e transcendem o alcance do olhar. Paisagens podem estar muito à frente do que é simplesmente visível, podem ser bastante conceituais ou simplesmente lúdicas. Podem, ainda, ser mesmo a clássica paisagem, mas nunca apenas um quadro recortado pelas limitações do olhar. A ideia de paisagem pode encerrar muitas outras ideias e sobre isso refletem os artistas Chico Amaral, Karina Dias, Gê Orthof e Regina de Paula na exposição Ser, paisagem, com curadoria de Graça Ramos e da própria Karina, em cartaz na Galeria Fayga Ostrower, na Funarte, como parte da programação anual do prêmio Atos Visuais.
Karina Dias sabe bem quantos horizontes cabem dentro de uma única paisagem quando o cérebro empreende viagens íntimas. Encantada pelo tema, a artista já produziu alguns trabalhos e um livro para investigar os limites do que se compreende como paisagem. Na Funarte, ela mostra a instalação Elevação e a série de objetos Souvenir-Brasília, um conjunto de caixinhas nas quais a artista encerra vídeos de vistas da cidade como se fossem peças preciosas. ;A ideia da exposição é discutir a noção de paisagem, não só aquela na qual a gente está inserido, mas a que está dentro;, explica Karina. ;As caixas guardam as imagens como se fosse algo que não queremos perder, como se fosse uma preciosidade.;