Um reflexo da emancipação feminina pode ser visto na trajetória das cantoras de jazz ao longo (e especialmente na primeira metade) do século 20. Até alcançarem o status de diva ; e, mais do que isso, o respeito como mulheres e artistas ;, as personagens dessa história enfrentaram pobreza, preconceitos e violência. É a história de uma luta, como frisa o subtítulo do livro Jazz ladies, do francês Stéphane Koechlin, cuja proposta é contar um pouco da biografia, dos dramas e conquistas de algumas das mais belas vozes do jazz ; desde a origem do gênero musical até os dias de hoje.
Colaborador da revista Le Figaro, Koechlin é autor de diversos livros sobre grandes nomes da música americana, como Bob Dylan, James Brown, John Lee Hooker e Michael Jackson. Quem se interessar por Jazz ladies deve saber de antemão que a publicação tem mais a dizer sobre a vida privada das protagonistas do que sobre a música produzida por elas. O livro tampouco faz uma análise profunda dos tempos e contextos das cantoras. Essas informações estão lá, claro, mas de maneira sucinta. A apresentação do autor para fatos e personagens pode decepcionar alguns leitores. Entretanto, Jazz ladies, com seus textos concisos e dezenas de fotos (de artistas, capas e rótulos de discos, cartazes e anúncios de shows), funciona como uma eficiente introdução ao assunto.