Eles não usam gibão de couro, nem chapéu de cangaceiro, como o mestre Luiz Gonzaga. Tampouco são afamados como o virtuose Dominguinhos. Mas eles são sanfoneiros, sim senhor. E dos bons. Na última quarta-feira, Tonin Vieira, 57 anos, e Marcello Sumé, 40, foram surpreendidos com o convite do Correio para assistirem ao filme Gonzaga ; De pai para filho, do diretor Breno Silveira, sobre a história do Rei do Baião, e tiveram que encurtar o expediente, já que ambos são também funcionários públicos. A obra estreou na última sexta-feira e já levou 250 mil brasileiros ao cinema ; foi a segunda maior bilheteria da semana. No Distrito Federal, o longa pode ser visto em 14 salas.
Vieira, cearense que mora na cidade há 40 anos, e Sumé, paulista criado na Paraíba e há quase duas décadas na capital, apenas adiantaram a sessão, pois já planejavam ver a cinebiografia do ídolo desde que souberam da notícia de que ela chegaria aos cinemas. ;Eu tinha até marcado. Mas não tem problema, vou de novo. Achei maravilhoso;, comentou Sumé quando as luzes se acenderam. ;Gonzaga é minha inspiração. O que corre na minha veia é o forró;, emocionou-se Vieira, acordeonista profissional desde 1980 e homem de frente de vários trios brasilienses desde então.