Há três anos, na fila pela Palma de Ouro, no Festival de Cannes, estavam todos alinhados na disputa: Pedro Almodóvar, Lars von Trier e Quentin Tarantino. Quem levou o prêmio foi Jacques Audiard (por O profeta), entretanto, a melhor direção coube ao filipino Brillante Mendoza (de Kinatay). A surpresa não foi das maiores, dada a evolução da carreira do cineasta prestigiado em circuitos de festivais do Cazaquistão ao Marrocos, passando por cidades como Veneza e Berlim e alcançando Suíça e Irã. Desde 2005, vale dizer, ele criou nove longas-metragens. ;Prêmios são tão somente símbolos de notável reconhecimento. São estáveis, enquanto que os premiados deveriam tomá-los como lembrança para eterna luta por um nível ainda maior;, observa o diretor, em entrevista ao Correio.
No encademento da filmografia, dotada de traços de documentário, com pano de fundo reforçado por temáticas sociais, Mendoza tem o mais recente filme, Em nome de Deus, exibido em duas salas de cinema da cidade. ;Trato de temas reais que refletem a nossa sociedade, daí serem obscuros. Quero um público incomodado e que dê a partida em reflexões e atitudes ligadas às nossas realidades;, comenta. Em nome de Deus, feito com tratamento de episódio verídico, apresenta ;uns 75% de fatos reais;, nas contas do cineasta. ;O horror de um sequestro, tendo como contraponto a floresta imaculada; forma a linha mestra seguida.