postado em 10/11/2012 18:34
Em quase 15 anos de carreira, o duo belga Vive La Fête (Viva a Festa, em francês), construiu uma identidade musical própria baseada em uma mistura pop, electro, música francesa dos anos 1960 com pitadas de punk. Os vocais, ácidos e repletos de malabarismos, são liderados por Els Pynoo, que divide o palco com o marido Danny Mommens, que também comanda as guitarras. A salada musical agrada de roqueiros à fashionistas, público que adotou o duo depois que eles assumiram a trilha sonora dos desfiles de Karl Lagerfeld, todo-poderoso da grife francesa Chanel.
A sétima turnê do duo no Brasil, desembarcou em Brasília neste fim de semana ; as outras paradas foram São Paulo, na quarta-feira e Porto Alegre, na quinta. Hoje eles terminam a o trecho brasileiro do tour com um show no Rio de Janeiro. Minutos antes da apresentação de ontem, no Clube da Asbac, a vocalista do grupo Els Pynoo conversou rapidamente com o Correio, sobre seu novo trabalho, o décimo disco de estúdio Produit de Belgique, sua relação com a internet, e sobre como definem seu estilo musical, por eles batizado de kitsch pop.
Sobre o seu novo álbum, Produit de Belgique, porque escolheram este nome? De que forma a música e a cultura belga como um todo estão expressos nesse trabalho?
Nós o chamamos de "Produto da Bélgica" por é realmente um produto belga. Nós trabalhamos com músicos belgas e com produtores belgas, como Youl Bougar. Ele não é muito conhecido no Brasil, mas fez muitos hits então nós os convidamos para esse disco. Nós gravamos em nosso estúdio em casa, que é um ambiente realmente belga. Nós somos orgulhosos de fazer esse tipo de música. Muitos músicos belgas querem trabalhar com americanos e ingleses, ou gravar em estúdios ingleses por acharem que eles são melhores. Eu não acho que sejam, pois nós temos grandes talentos na Bélgica e sou orgulhosa deles.
Você costuma classificar a sua música como ;kitsch pop;. Pessoalmente como você definiria exatamente este estilo?
Eu não sei! Nós chamamos de kitsch pop porque é um tipo de mistura. Nós fazemos pop, mas também um pouco de soul, de soul francês. É um pouco electro, um pouco rock, uma pitada de atitutde punk. Nós chamamos de kitsch porque é fácil de tocar. Se alguém sabe tocar guitarra pode vir tocar com a gente. É kitsch porque você pode reconhecer nossa música facilmente.
Vocês são uma banda que produz um som muito autoral, gravam em casa... Qual o papel da internet em fazer esse trabalho chegar ao grande público?
Eu acho que é muito importante, apesar de eu não ser uma pessoa muito ligada a isso, eu não sou daquelas que entra no Facebook todos os dias, não sou a garota do computador, prefiro fazer outras coisas. Mas Danny fica no Facebook e no computador o tempo todo porque é legal saber o que as pessoas pensam sobre o que você contrói o que você faz. Danny tem talento para esse tipo de comunicação, e eu adoro isso nele. Esta é a forma de comunicação moderna, não dá para ignorá-la, ela está aí. E bom saber se as pessoas estão ou não interessadas, se estão achando que você está indo bem ou não. Esse tipo de coisa é legal.