O Arnaldo Barbosa Brandão escritor é um entre muitos. Nesta terça-feira (20/11), no Feitiço Mineiro, ele lança a segunda parte de uma trilogia que coloca cidades como personagens centrais da narrativa. Encaixotando Brasília (Francis), ele diz, não é autobiografia, mas reúne ;muitas vivências que tive ao longo dos anos;. ;É inevitável, todo escritor faz isso;, completa. E como ele viveu. Nasceu no sertão baiano, foi criado no Rio de Janeiro e chegou a jogar quatro anos nas categorias de base de clubes do estado, como América e Flamengo. Serviu ao Exército enquanto morava em Belém, cenário do primeiro volume da série, A pérola da Amazônia, lançada há dois anos pelo selo Thesaurus. No terceiro título, previsto para chegar às livrarias ano que vem, o Rio de Janeiro assume o protagonismo. Ainda em 2013, planeja lançar uma coletânea de contos sobre futebol.
Em 1964, foi preso na fronteira do Amapá com o Suriname, quando o regime militar já havia sido instalado. Dois anos depois, veio para Brasília, estudou arquitetura, deu aula e também frequentou o curso de letras, onde surgiram as primeiras fagulhas da sua persona de ficcionista. Não que essas experiências sejam primordiais no romance. Mas, de um jeito ou de outro, elas estão espraiadas pelas páginas escritas por ele, que percorrem décadas na vida de Brasília, do cerrado ao concreto, e de personagens que se reencontram na capital: o narrador e o Gaúcho, que participa da vida política da cidade e até se torna governador do DF. ;Queria captar o clima da cidade. E clima no sentido de ambiente, de como ela funciona, de como as pessoas se comportam;, explica.
