Diversão e Arte

Tropicalismo resgatou reinado do baião nas grandes cidades, diz compositor

postado em 13/12/2012 12:04
Rio de Janeiro - A partir de meados da década de 1950, o reinado do baião nas grandes cidades começa a chegar ao fim. ;Com a bossa nova e a jovem guarda, nos anos 1960, Luiz Gonzaga ficou meio esquecido pela mídia dos grandes centros;, diz o cantor e compositor Sergival, que, nos dias de hoje, apresenta na Rádio Nacional do Rio de Janeiro o programa Puxe o Fole.

;Mas no Nordeste ele continuava vivo como nunca, fazendo shows, turnês. O movimento tropicalista de Caetano Veloso e Gilberto Gil é que resgatou ele para o público das grandes cidades do país;, acrescenta.

Em abril de 1981, por ocasião do lançamento de A Festa, o 38; LP de sua carreira, Luiz Gonzaga gravou um especial para a Rádio Nacional FM do Rio de Janeiro, hoje extinta. No programa, Gonzaga relembrou suas quatro décadas carregando a pesada sanfona pelo Brasil afora.

;Foi muita luta na cidade grande, mas mesmo assim, não me sinto cansado, e não me furto a ajudar quem está começando, desde que sinta que naquela pessoa tem coisa boa;, disse o músico, entrevistado pelo radialista Darcy Marcelo.


Disco comemorativo dos 40 anos de carreira, A Festa tinha a participação de cantores como Emilinha Borba, lançadora de sucessos do compositor no auge do baião, como Paraíba e Baião de Dois; Dominguinhos, a quem Gonzaga se referiu no especial como seu ;filho artístico;; Milton Nascimento, ;porque ele decanta com muito amor e zela com muito carinho o folclore de sua terra;, e o filho Gonzaguinha.

;Pelo óbvio;, disse Gonzaga, ao justificar a participação do filho no disco. ;Sinto muita alegria, muito prazer em minha vida em ser o pai de Gonzaguinha, e ele me trata com muito respeito e carinho, mesmo sem ter gênios semelhantes. Ele tá na dele e eu tô na minha, mas eu tô entrando no público dele devagarzinho e ele no meu;, disse Gonzaga no especial.

Um ano antes, ele havia iniciado com Gonzaguinha a turnê pelo Brasil que lhe valeu, pela primeira vez, o apelido de Gonzagão. A excursão, registrada no mesmo ano no disco Vida de Viajante, foi o coroamento de uma tensa relação entre pai e filho e das duas trajetórias marcantes.

Hoje, 30 anos depois, o Brasil acompanha essa trajetória no filme Gonzaga ; de Pai para Filho, do diretor Breno Silveira. Baseado no livro do mesmo nome, escrito pela jornalista Regina Echeverría, o filme, que teve pré-estreia na abertura do Festival do Rio, em setembro, chegou no mês seguinte às telas de todo o país e já foi visto por mais de 1 milhão de pessoas.

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