Ricardo Daehn
postado em 17/12/2012 07:15
Passado hiato de 13 anos, desde O ponto cego, a escritora gaúcha Lya Luft segue privilegiando o olhar ; não somente o dela que rendeu o oitavo romance iniciado como um presente de aniversário, justo na celebração dos 60 anos de idade. Na narrativa, criada em 1998, aflorou a trama do pai exigente, com olho de vidro, e incapaz dos rompantes da ;palavra esperada; e do ;gesto prometido;, citadas as menções de amor lidas no livro anterior, Secreta mirada (1997). Poderoso, no efeito, desta vez, é o olhar torto de um dos mais inesperados personagens do novo romance, O tigre na sombra.Leia mais notícias em Diversão e Arte
Não é do felino, de surpreendentes olhos azuis (citado no título), que parte a olhada. A mirada é a de um bebê ciclope, digno de ;explicação mitológica; e que parece corroborar uma forte corrente de dramas enfrentados pela protagonista Dolores, de ;nome escuro, de sombra e pranto;. O nenê ; gerado pela exemplar irmã da protagonista, Dália ; antecipa desprazeres, mais à frente para uma desesperada mãe, dona de futuros amantes ;em camas sem ternura;.