Renato Matos anda pedindo arrego. Vez ou outra, junta as mãos, olha para o céu e solta: ;Oh, Deus, para de me mandar palíndromos!”. O sujeito lá de cima, felizmente, não ouve. E todo dia Renato acorda com mais um palíndromo brotando da cabeça. Esse jorro tem dificultado o fechamento do livro Palindrimas ; Palíndromos rimados e musicados. Cada vez que abre a maquete do livro, o poeta-compositor quer mudar algo. Ainda tem um mês para satisfazer o impulso perfeccionista. Depois, vai ter que liberar o livro para a impressão porque a previsão é lançar o trabalho em março de 2013.
Palindrimas começou a tomar forma de livro há três anos e no último fim de semana ganhou asas para virar poesia sonora. Editado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), o livro terá como encarte um CD com as poesias gravadas por 26 artistas da cidade. É o que Matos chama de ;poesia musicada;, uma maneira de dar vida a esse jogo de palavras que é o palíndromo, uma sequência de letras ou números que podem ser lidos da esquerda para a direita e vice-versa. A sessão de gravações aconteceu em uma chácara no bairro de Taquari, para onde o compositor se mudou há pouco mais de um ano.