Os críticos chiaram. Os intelectuais reclamaram. Mas não deu para ninguém. A britânica E. L. James é o mais notável nome da literatura mundial em 2012. Se os 70 milhões de exemplares da trilogia Cinquenta tons não forem suficientes para corroborar a história, a americana Publishers Weekly, bíblia do setor, encerrou a discussão e a elegeu personalidade do ano. Foi a primeira vez que um autor recebeu o título. A expressiva vendagem (somente nos Estados Unidos, foram 35 milhões de cópias) foi o bastante para a publicação acreditar que a série de E. L. James mexeu com a indústria literária. A inglesa fez do gênero erótico um sucesso comercial. Feito inédito.
Nem todo mundo parece impressionado. A reação à eleição foi imediata e, em maior parte, negativa. O New York Daily News não perdoou: ;É o fim da civilização;. O prestigiado Los Angeles Times entrou na mesma onda: ;O que o pessoal da Publishers Weekly está pensando?;. Os argumentos dos jornais recaem na teoria de que a obra de E. l. James não possui mérito literário. No artigo do Los Angeles Times, a inglesa é descrita como uma mera sortuda: ;James escreveu um fan fiction (versão de um fã para uma obra referencial. No caso de James, Crepúsculo), que se tornou viral. Daí, conseguiu acordo para um livro, pelo qual recebeu diversos pagamentos. Ótimas notícias para a autora, mas não justifica escolhê-la a personalidade das publicações do ano. Difícil dizer que James tenha feito alguma coisa, se não ter tido muita, muita sorte;.
Assista abaixo à paródia Cinquenta Tons de azul com a cantora Selena Gomez
[VIDEO1]