A batida de violão e o jeito de cantar de João Gilberto influenciaram grande parte dos aspirantes a artista em fins da década de 1950. Inclusive um tal Roberto Carlos. O talentoso rapaz de Cachoeiro de Itapemirim (ES), ciceroneado pelo produtor musical Carlos Imperial, fora apresentado à turma da bossa nova e chegou a se apresentar algumas vezes com eles. Em determinado momento, percebeu-se que a voz de Roberto ; parecida com a de Gilberto ;, soava como mera imitação para o público. Coube a outro Roberto, o Menescal, a árdua tarefa de comunicar ao novato que ele teria que pular fora do barco bossa-novista.
A passagem é relembrada pelo próprio Menescal em um dos capítulos do recém-lançado livro Essa tal de bossa nova. Contudo, apesar de narrado em primeira pessoa, como se o músico tivesse escrito os causos a próprio punho, foi a jornalista paulistana Bruna Fonte quem colheu os depoimentos e os transcreveu. Os dois já haviam trabalhado dessa forma na biografia O barquinho vai... ; Roberto Menescal e suas histórias, publicada em 2010. Desta vez, entretanto, o enfoque não é a vida pessoal dele, e sim o olhar do profissional sobre os bastidores da música brasileira.