Poucas vezes na trajetória recente do Oscar, uma premiação que sempre adorou valorizar alegorias e representações da história norte-americana, filmes indicados concentraram tantas reações adversas. Apesar da aprovação da maior parte dos críticos, e A hora mais escura atraíram uma saraivada de manifestações negativas e acusadoras ; de colegas, de políticos e da imprensa. Na berlinda, e distantes em conteúdo de Argo e Lincoln, concorrentes à estatueta que exibem discursos mais seguros sobre política e história, os longas-metragens em questão traduzem momentos distintos da narrativa do país ousando desafiar tabus.
Django, já o filme mais lucrativo de Quentin Tarantino nos Estados Unidos (US$ 139 milhões), abusa da palavra nigger (algo como ;preto; ou ;crioulo;, que na cultura americana soa ofensiva quando falada por brancos) e não alivia nas cenas violentas. Tal como fez em Bastardos inglórios, chutando para escanteio a precisão histórica, o diretor narra a vingança de um escravo à procura da esposa, sob posse de um fazendeiro branco.
Kathryn Bigelow, em A hora mais escura, focaliza suas lentes na caça ao terrorista Osama bin Laden. O filme começa numa tela tomada somente pela escuridão, com excertos de áudio que remontam aos atentados de 11 de setembro ao World Trade Center, e segue, ao longo de 10 anos, uma agente da CIA diante das engrenagens (como a tortura e a burocracia) que levam à captura e morte do ex-líder da Al-Qaeda, em maio de 2011, no Paquistão.
Confira o trailer dos filmes
Django Livre
[VIDEO1]
A hora mais escura
[VIDEO2]