Diversão e Arte

Artista chinês faz painel de 25 metros inspirado no carnaval brasileiro

Cai Guo-Qiang usou mais de 20 tipos de pólvora para conceber a obra

Nahima Maciel
postado em 28/01/2013 08:18

A mulata de Cai Guo-Qiang foi inspirada nas fotos recebidas do público brasileiro e no carnaval, festa à qual o chinês atribui um poder curativo
Cai Guo-Qiang é meticuloso. Acompanhado de 60 assistentes e dois especialistas em pólvora que o seguem com carrinhos cheios de potes do explosivo, ele polvilha um imenso painel de 25 metros no pavilhão aberto do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). É o terceiro desde que chegou a Brasília, na semana passada. O processo de construção dos famosos desenhos de pólvora do artista chinês dura quase dois dias. São praticamente 48 horas de preparo para um momento que dura 40 segundos. Na tarde de sábado, Qiang queimou o terceiro dos cinco desenhos programados para a exposição Da Vincis do povo, que será inaugurada na segunda-feira no CCBB e no Museu Nacional dos Correios. Milimetricamente controlado, o espetáculo pirotécnico do chinês teve plateia de convidados e muita fumaça, tudo observado por dois brigadistas.

Qiang se inspirou no Brasil para criar o desenho. O CCBB organizou um concurso de fotografias pelo Instagram e o artista recebeu 3 mil fotos clicadas em resposta à pergunta ;O que inspira os brasileiros?;. Dessas, escolheu algumas que considera mais expressivas da cultura brasileira para fazer os desenhos. Quando os quatro assistentes subiram as escadas para mostrar ao público o resultado da queima da pólvora, o fascínio de Qiang pelo carnaval ficou claro: uma mulata gigante de lábios largos e seios desnudos ocupa um dos quadrantes do desenho. Figurinhas de robôs, espaldares de fantasias de escolas de samba e uma explosão de formas que lembram confetes e serpentinas estão distribuídos pelo resto do painel. Se há alguma coisa parecida entre a China e o Brasil, ela está na maneira de encarar as festas e nas gambiarras comuns nas duas culturas quando se trata de enfrentar precariedades. ;Ambos gostamos da excitação. E ambos pensamos sempre em grandes coisas. E não nos preocupamos com os detalhes;, aponta Qiang, sempre sorrindo de contentamento com o resultado do trabalho de sábado.

Veja vídeo do processo do artista:

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Cai Guo-Qiang usou mais de 20 tipos de pólvora para conceber a obra

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