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Diversão e Arte

Livro 'Orgulho e Preconceito' completa 200 anos de sucesso

Orgulho e Preconceito é o segundo romance preferido dos britânicos, depois de O senhor dos anéis


A BBC fez duas versões televisivas, apesar de a mais recordada ser, sem dúvida, a de 1995, que transformou Colin Firth em objeto do desejo de muitas britânicas em uma memorável cena em que aparece de camisa molhada para aplacar o ardor por sua amada, o que provavelmente Jane Austen não teria aprovado.

Seis anos mais tarde, a história foi revisitada na bem sucedida comédia O diário de Bridget Jones, livremente inspirada no romance e na qual Colin Firth também encarna um advogado de nome Darcy, só que Mark Darcy.

Em 2004, estreou Bride and Prejudice, uma adaptação "made in Bollywood", que fez os personagens dançarem e se divertirem.

Um ano depois, foi a vez de Matthew McFadyen e Keira Knightley retomarem os papéis de Darcy e Elizabeth em mais uma versão, muito elogiada pela crítica e em que o diretor Joe Right imprimiu um tom mais realista ao mundo geralmente edulcorado de Jane Austen.

Em 2009, foi publicada uma paródia de terror do romance intitulado Orgulho e Preconceito e Zumbis.

Muitos livros também foram publicados a respeito, tanto análises, como pseudocontinuações, com seus autores se esmerando para reproduzir o estilo Austen, mas muitas vezes resvalando para fantasias sensuais que deixaria a autora ruborizada.

Também há uma versão na internet "modernizada" com o título de The Lizzy Bennet Diaries, além das muitas chamadas "fanfics", que extrapolam o universo austeniano.

A própria BBC chegou a produzir uma minissérie divertida sobre uma apaixonada fã do livro que consegue trocar de lugar com Lizzie, que, por sua vez, se adapta muito bem nos tempos modernos.

Orgulho e Preconceito
, explica Marilyn Joice, membro da Sociedade Jane Austen no Reino Unido, "pode ser lido em vários níveis".

"Pode-se ler como uma versão romântica de Cinderela, uma comédia ou uma crítica social aos problemas que enfrentavam as mulheres no mesmo estrato social de Austen", declarou à BBC.

"O livro é escrito de maneira às vezes mordaz, geralmente com uma ironia sutil, ou seja, não é necessário ser um acadêmico para tirar algo dele", concluiu.