Agência France-Presse
postado em 29/01/2013 10:11
Londres - Já se passaram 200 anos desde a primeira publicação de Orgulho e Preconceito,obra a qual sua autora, Jane Austen, se referia como "seu filho querido", mas sua popularidade continua vigente graças às incontáveis adaptações televisivas e cinematográficas.A cada ano são vendidas 50.000 cópias do romance apenas no Reino Unido, onde continua sendo um dos livros mais lidos. E isto sem contar os downloads eletrônicos gratuitos, já que o livro não está mais sujeito aos direitos autorais.
Uma pesquisa realizada em 2003 pela BBC concluiu que Orgulho e Preconceito é o segundo romance preferido dos britânicos, depois de O senhor dos anéis.
Publicado pela primeira vez no final de janeiro de 1813, a história da paixão de Fitzwilliam Darcy, um aristocrata britânico soberbo, pela jovem Elizabeth ;Lizzie; Bennet, apesar de sua diferença social, "continua sendo um dos romances mais apreciados da literatura inglesa de todos os tempos", afirma Janet Todd, professora da Universidade de Cambridge, que organiza em junho uma conferência sobre o tema.
Esta popularidade se reflete nos inúmeros livros e adaptações que a obra inspirou, começando pelo filme protagonizado por Laurence Olivier em 1940.
A BBC fez duas versões televisivas, apesar de a mais recordada ser, sem dúvida, a de 1995, que transformou Colin Firth em objeto do desejo de muitas britânicas em uma memorável cena em que aparece de camisa molhada para aplacar o ardor por sua amada, o que provavelmente Jane Austen não teria aprovado.
Seis anos mais tarde, a história foi revisitada na bem sucedida comédia O diário de Bridget Jones, livremente inspirada no romance e na qual Colin Firth também encarna um advogado de nome Darcy, só que Mark Darcy.
Em 2004, estreou Bride and Prejudice, uma adaptação "made in Bollywood", que fez os personagens dançarem e se divertirem.
Um ano depois, foi a vez de Matthew McFadyen e Keira Knightley retomarem os papéis de Darcy e Elizabeth em mais uma versão, muito elogiada pela crítica e em que o diretor Joe Right imprimiu um tom mais realista ao mundo geralmente edulcorado de Jane Austen.
Em 2009, foi publicada uma paródia de terror do romance intitulado Orgulho e Preconceito e Zumbis.
Muitos livros também foram publicados a respeito, tanto análises, como pseudocontinuações, com seus autores se esmerando para reproduzir o estilo Austen, mas muitas vezes resvalando para fantasias sensuais que deixaria a autora ruborizada.
Também há uma versão na internet "modernizada" com o título de The Lizzy Bennet Diaries, além das muitas chamadas "fanfics", que extrapolam o universo austeniano.
A própria BBC chegou a produzir uma minissérie divertida sobre uma apaixonada fã do livro que consegue trocar de lugar com Lizzie, que, por sua vez, se adapta muito bem nos tempos modernos.
Orgulho e Preconceito, explica Marilyn Joice, membro da Sociedade Jane Austen no Reino Unido, "pode ser lido em vários níveis".
"Pode-se ler como uma versão romântica de Cinderela, uma comédia ou uma crítica social aos problemas que enfrentavam as mulheres no mesmo estrato social de Austen", declarou à BBC.
"O livro é escrito de maneira às vezes mordaz, geralmente com uma ironia sutil, ou seja, não é necessário ser um acadêmico para tirar algo dele", concluiu.