Ricardo Daehn
postado em 30/01/2013 07:35
Há algo de intrigante no reino de Shakespeare, quando ele se aproxima da trajetória do baiano, crescido em Brasília, Marcelo Saback. Aos 50 anos, ele diz que balançou, ao estilo do ;ser ou não ser;, quando o foco foi a carreira: ;Saí da cidade com o intuito de ser cantor, ator, jamais pensei que seria dramaturgo. Mas a verdade é que vou conforme a valsa e, nos últimos quatro anos, tenho sido ermitão;.
Na solidão à la Próspero (da clássica A tempestade), o autor tem acumulado produtividade no cinema e na tevê. Roteiros de Divã e da comédia romântica ;muito doce; S.O.S. Mulheres ao mar, a ser filmada em março, e a colaboração na próxima novela de Manoel Carlos não têm deixado Saback na comodidade de seu mais recente sucesso: o script de De pernas pro ar 2. Ponto para os produtores, cientes do bom trânsito dele no universo feminino, afinal ele mesmo sintetiza que ;Lady Macbeth é muito mais interessante do que do Macbeth (o empedernido rei da Escócia);.
A intimidade do escritor com feminilidades dá margem para a questão: seria ele o Almodóvar do cinema brasileiro? Depois de uma sonora gargalhada, Marcelo conta que, não faz muito, lhe perguntaram: afinal, o que querem as mulheres? ;Eu disse que não sei: isso é outro seriado, um outro departamento. Algo mais freudiano;;, diverte-se.