Diversão e Arte

Mostra de Pernambucano revela trajetória em lidar com múltiplas linguagens

Ao longo dos anos 1960, o traço inconfundível, já maduro, de Darel, faz-se presente no meio artístico nacional e mesmo internacional

Especial para o Correio, Oto Dias Becker Reifschneider
postado em 09/02/2013 07:35
Deitado na cama, entre sonhos, lembranças e vontades, Darel desenha. A vida toda apurando os sentidos, treinando a mão, o traço firme no papel. São pinturas, gravuras, colagens e desenhos, sobretudo desenhos. Escultura nunca fez, não quis. De xilogravuras ; a mais escultural das gravuras ; fez apenas uma, incompleta e preciosa. É a magia do plano que o atrai. Quando não produz arte, a consome: ama a música, o cinema, a dança, a literatura.

Darel começou a desenhar menino, como tantos outros meninos. Ele, no entanto, não parou ; como não param os artistas. Descoberto aos 13 anos de idade, em 1937, começou no engenho o aprendizado de desenho técnico, traçando engrenagens para a Usina Catende. Deixou, então, o interior para ir estudar na Escola de Belas Artes do Recife, em 1941, que logo abandonou. tendo por destino a capital federal, na época, o Rio de Janeiro, sede da elite cultural do país. Lá, tem aulas com Henrique Oswald, brilhante gravador em metal, no Liceu de Artes e Ofícios. Em breve, iria se tornar também ele professor, ensinando gravura em metal no Masp e litografia na Escola Nacional de Belas Artes.

Os desenhos e gravuras do fim dos anos 1940, apesar de já marcantes, sofreriam inúmeras transformações na busca de um estilo próprio, ao longo dos anos 1950. Torna-se, assim, ilustrador de mão cheia. Trabalha em jornais, revistas e editoras. Entre eles, estão Última Hora, Jornal do Brasil, revista Senhor, O Cruzeiro e a editora José Olympio. Dirigiu por 16 anos a parte técnica das publicações dos Cem Bibliófilos do Brasil, para os quais ilustrou dois volumes: Memórias de um sargento de milícias, em 1954, e Poranduba amazonense, em 1961.

Ao longo dos anos 1960, o traço inconfundível, já maduro, de Darel, faz-se presente no meio artístico nacional e mesmo internacional

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