Passados três dias desde o início da mostra competitiva do 63; Festival de Berlim, alguns pequenos escândalos já despontaram ; logo de cara, um grupo de ucranianas do Femen desfilou no tapete vermelho, em topless, contra a mutilação sexual de mulheres, enquanto In the name of (da polonesa Malyoska Szumowska), selecionado entre os longas, retratou o drama íntimo de um padre envolvido com homossexualidade e suicídio, em conservadora sociedade rural. E ainda há material pesado para reflexão nas sessões de parte dos 19 filmes escalados a competirem pelo Urso de Ouro.
Na noite desta segunda-feira (11/2), o provocador James Franco (127 horas) testa a aura de ator hollywoodiano com a exibição de Interior. Leather bar (na sessão Panorama). Ao lado do codiretor Travis Mathews, ele brinca, em tom metalinguístico, a partir de densas cenas de sexo, com os 40 minutos que tinham sido retirados da versão final do longa Parceiros da noite, polêmico filme de William Friedkin feito em 1980, no qual Al Pacino examinanava uma leva de crimes em gueto homossexual. A veia alternativa de Franco, por sinal, se multiplicou em Berlim: ontem, ele esteve no elenco de Maladies (assinado por Carter), na pele de um ator esquizofrênico que divide a casa com a personagem de Catherine Keener e de um tipo que se veste de mulher.