As páginas de O livro de água escorrem pelas mãos como um fluído. São poemas visuais. Talvez, ;floemas;, como Karina Rabinovitz escreve em uma das folhas fluídas, soltas e flutuantes que compõem a obra feita em parceria com a artista visual Silvana Rezende. Juntas, as duas criadoras desenvolvem trabalhos que extravasam os suportes tradicionais, misturando a linguagem poética da escrita com intervenções urbanas, como a Caixinha com bilhetes poéticos, instalada em pontos de ônibus de Salvador, e Poesia atravessada (na garganta da cidade), poemas em faixas de pedestres.
O livro de água sucede o delicado projeto Poesinha em caixinha de fósforos (2012), todo artesanal e confeccionado um a um. A nova obra da dupla de criadoras segue o formato do livro-objeto e expande-se para uma exposição, em cartaz até 17 de março, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). ;As palavras e as imagens se conjugam: palavras atravessadas por imagens, atravessadas por palavras. A isso se propõem as artistas; promover uma experiência renovadora, contemplativa, onde as palavra e as imagens alçam voo;, avalia a artista e curadora Stella Carrozzo.