postado em 17/02/2013 07:00
Enquanto alguns escolhem fazer da arte um ofício solitário, há quem prefira o coletivo na hora de produzir. Afinados com esse segundo pensamento, muitos músicos, pintores, atores, designers e afins decidiram transformar a convivência profissional em parceria doméstica. Ao montar suas repúblicas, ou coletivos artísticos, todos são unânimes em dizer que não é o alívio no bolso que os guia, mas o forte vínculo entre os moradores de cada um dos espaços. O Correio visitou algumas dessas casas compartilhadas e mostrou como elas funcionam:
Portão amarelo
Uma casinha da W3 Sul, cujo portão amarelo foi pintado por seus habitantes, funciona como um grande epicentro de criação. Ali moram a fotógrafa Bruna Neiva, a artista plástica Marina Fontes e o figurinista Eduardo Barón. Gravitam em torno deles os integrantes do coletivo Pântano de Manga, responsável por projetos de artes plásticas, figurino, design, fotografia, serigrafia e adjacências. Além deles, uma dezena de pessoas usa a casa para trabalhar e se divertir. Em dias de festa, os amigos mais próximos elevam a conta para 25 frequentadores. O andar de cima é pra se morar. Lá, ficam quartos e banheiros. No térreo, estão as salas de reunião, o lounge, a cozinha e uma grande vitrine para expor os objetos criados por eles (na sala, há um sofá-cama e espaço para colchões). Todos pagam uma mensalidade comum, mas quem mora ainda banca um valor pelo aluguel dos quartos. ;Conseguimos nos beneficiar de duas formas: saímos de casa e trabalhamos com nossos amigos;, revela Bruna Neiva. Uns admiram o trabalho dos outros e acabam aprendendo o beabá de cada um dos ofícios. ;O coletivo impele mais do que bloqueia o individual, estimula a criação. Você tem mais quantidade e qualidade de opiniões;, conta Neno, um dos serigrafistas do grupo.