A relação entre um intérprete e o palco não segue regulamentos. Para muitos, o tablado é lugar de pautar reflexões, viver muitas vidas, encontrar-se consigo mesmo, liberar instintos e tormentas. Mas, para a atriz carioca Laura Castro, 31 anos, esse reino sagrado também serve para levantar bandeiras e amplificar vozes que antes silenciavam. Não à toa, ela usou a própria história para dar consistência à trama de Aos nossos pais, peça que escreveu e coprotagoniza, ao lado da portuguesa Maria de Medeiros. Hoje e amanhã, às 21h e domingo, às 20h, no Centro Cultural Banco do Brasil, encerra a temporada da peça sobre mulher que enfrenta a mãe, guerrilheira e combatente da ditadura, ao revelar seu desejo de ter um filho com a namorada.
Laura descobriu o teatro aos 15 anos, durante uma temporada nos Estados Unidos. ;Foi minha válvula de escape com aquele povo que não compreendia.; Assim que voltou para o Brasil, mergulhou no teatro oferecido pela escola e, ainda mais animada, matriculou-se no curso técnico da Casa de Artes das Laranjeiras (Cal). Antes mesmo de concluí-lo, já era convidada para espetáculos em uma sequência que começou com um pequeno papel em Dolores, musical estrelado por Soraya Ravenle. ;O espetáculo juntava minhas duas paixões: música e teatro. Além disso, me deu a tarimba de estar ali, de quinta a domingo;, reconhece a atriz, que, então, tinha 17 anos, e precisou de autorização assinada pelos responsáveis para entrar em cena. A atriz ainda concluiria o curso de teoria teatral, da UniRio.
Ouça a música Aos nossos filhos, de Ivan Lins:
[VIDEO1]